terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Sobre a ribeira um moinho

Moinho na ribeira do Fontão
Fontão - Albergaria-a-Velha
Fotografia: Carlos Pádua
Texto: Jorge Cunha

A ribeira vem descendo por um pequeno vale, há salgueiros a bordejá-la, aqui e além uma parreira. De um e outro lado, exíguas courelas, pastos, milharais, pintam de verde o silêncio. Considerou o moleiro que o sítio era a contento para o trabalho que tem a fazer, a quietude do lugar também lhe aprouve, por isso aqui fez a sua casa e o seu moinho. Passa-lhe por baixo a água da levada, no Verão é apenas um murmúrio transparente, turva rouquidão nas enchentes invernosas. Além da companhia que lhe faz, a ribeira é como uns segundos braços, sempre prontos e incansáveis, sem nunca se negarem quando há trabalho para fazer. Por isso o moleiro aqui ficou, é este o seu lugar.


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